sábado, 5 de junho de 2010

Operação Calouro - Dia 03


05:20 -O dia começou e já sabíamos a nossa missão: patrulhar. Mas antes disso tínhamos o TFM e o café da manhã. O TFM foi bem diferente, poi foi um “cross” no Rio Alambari que nada mais foi do que correr pelo leito, tomando talo toda hora.

06:30 - Depois do cross, fomos para o rápido café (mais rápido do que fast food) e seguimos para a oficina de patrulha e vimos como seria o dia: corrido pra caramba.

A situação geral foi dada pelos instrutores e todos começaram o preenchimento da caderneta de patrulha. Essa cadernet serve de base para a operação, pois são colocadas as informações mais importantes e, a partir dela, são feitas outras etapas do processo de planejamento. Foi nos dado um tempo que seria de duas horas.

08:00H - Parece muito tempo, mas terminei a caderneta no laço. Quando mandaram entregar foi logo na hora do ponto final. Sanhaço!

Depois disso, o instrutor pegou algumas cadernetas e mostrou os pontos negativos e erros. A minha foi pega e vi onde havia errado o que é muito bom para melhorar.

09:00 - E chegou o grande momento: quem seria o comandante da patrulha, o homem carta e todas as outras funções?

E foi X! 

UFA! Respirei bem aliviado, já que a patrulha não seria minha. Falam que é bom comandar, mas quando ainda se tem as diversas dúvidas fica difícil saber se é bom ou não. E se eu levar todo mundo para o chafúrdio?

E o homem carta?

- É o Y! 

UFA! 

E o subcomandante?? 

- É o Z!

UFA!

E o gerente?

É você! - E aquele dedão apontado para mim!

FUUUUUUUUUUUUUUUUUUU! Brasil, agora é ver a função e agasalhar!

10:00H - Vi muito bem o que deveria fazer e fiquei prestando atenção para não errar e para que as pessoas não pagassem por minha culpa. Tranquilo, tranquilo. Tentei deixar a pulsação em 12 por 8, mas era difícil.

Foi dada mais uma hora para preparar a ordem à patrulha e assisti atento à instrução do comandante, pois ali seriam dadas as ordens dos equipamentos que eu deveria cautelar.

11:40H - Terminada a ordem preparatória, fui lá na reserva de armamento e peguei junto com os outros responsáveis os equipamentos de dotação: FAP, MAG (olha a dona MAG aí..), AT-4, granadas, reparo da MAG, óculos de visão noturna, carta etc.

Rapidamente distribuí esse armamento aos seus “donos” e fui ajudar na confecção dos materiais da ordem à patrulha. 

Para ninguém ficar boiando: para a ordem à patrulha é necessário preparar uma caixa de areia (reprodução do terreno) e fazer diversos cartazes para auxiliar o comandante.

12:30H – Durante a confecção dos materiais, aproveitei para pegar meu almoço e encher a marmita para os que estavam com mais missões.

14:00H – Todos os banners prontos para o início da Ordem. Todos sentados e o comandante começou a explanar a missão de cada um de modo bastante detalhado. As dúvidas foram tiradas aos poucos e, quando olhei no relógio, já havia passado das 16:00H e ainda faltavam vários assuntos a serem abordados.

Ordem à patrulha

Nessa hora o sono começou a apertar e, como havíamos torado quase nada na semana, ficávamos em pé, de cabeça para baixo ou de qualquer modo para não torar. Era difícil, mas fazer o que?

17:00 – A ordem à patrulha acabou e tínhamos um tempo curto para o jantar. Corremos e conseguimos antes de 17:20H já estarmos alimentados.

17:40H – Todo mundo pronto e os ensaios começaram.

Patrulha na região amazônica

Vi nessa hora como é difícil comandar um assalto à posição, pois existem diversas preocupações, a fim de não ocorrer morte por “fogo amigo”. E sabem como é, se alguém “morrer” na patrulha todos deverão carregar até a base.

19:50H – Ainda no ensaio...

20:35H – Início do deslocamento para o PRPO para ocorrer o assalto.

22:05H – Chegamos ao PRPO (local onde é uma área de reunião) e comandante, juntamente com os comandantes de grupo, foram verificar melhor o local e observar o inimigo.

22:45H – Começamos a tomada do dispositivo e eu fui para o meu local. Eu ficava um pouco mais acima dos outros, na cota, com a dona MAG só esperando a ordem.

23:45H – Todos prontos para o assalto.

00:00H – Apito! 

00:00H – Aperto o gatilho e vejo aquela linda MAG cantando contra o inimigo. Incidente de tiro! Incidente de tiro! A arma travou e não mais funcionava. Acionei a alavanca de manejo diversas vezes e ela voltou a cantar.

00:00H – Outro apito longo. Parei de acionar o armamento e vi o grupo de assalto, grupo de neutralização e grupo de captura assaltando a posição inimiga. Coisa linda de se ver.

00:10H – Já com o cunhete capturado, voltamos ao PRPO e partimos em direção à base. Mas, antes disso, foi feio o cheque de Baixas, Equipamentos e Material (BEM) e foi percebido que três militares do assalto “morreram”. Resultado? Joga no lombo de alguém e carrega até a fazenda.

O deslocamente iniciou e os 3,5km de distância viraram uma eternidade. Morto na lomba e equipamento pesado não é brincadeira e muito menos engraçado...

Depois de muito peso e cansaço avistamos a tão indesejada (que nessa hora todo mundo passou a amar) Fazenda Boa Esperança.

02:25H – Chegamos à base.

Foi realizada a APA (Análise pós ação) e os procedimentos de manutenção do armamento e  material foi realizado.

Mais torava do que manutenia meu equipamento e os pós já pediam socorro. Tudo dolorido.

03:15H – Todo material coletivo entregue e eu, gerente, estava liberado para partir para a tora.

Ceia tomada, pés limpos, material manutenido e corpo manutenido (barba, higiene bocal).

03:20H – Tora! A tão esperada TORA!!

Mais um dia começaria...

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