Só de saber que está de serviço tudo muda. O dia, mesmo totalmente ensolarado, parece que está cinzento. A hora não passa, se arrasta e todos aquele atletas "não-tirantes-de-serviço" são invejados e odiados. OK. Vida de militar é assim mesmo, agasalha, negão!
E lá se vai o cadete, com a sua farda bem passada, cabelo cortado e tudo no padrão para a parada diária. Está dentro de R$260: R$180 da farda sob medida e R$80 daquele sapato macio e brilhoso. A boina está limpa com o brasão do Exército brilhando. O ritual começa, todos em forma atravessam de maneira empolgante o Pátio Agulhas Negras e são apresentados ao Cadete Brigada, responsável por conduzir esse "rito".
Todos em forma na pérgula e eis que surge a figura do oficial-de-dia. Todos que não conseguiram descobrir quem o era antes da formatura olha de lado de olho. Será infante, artihleiro? É tranqüilo? Torra todo mundo?
E ele recebe a apresentação. E, como em um ritual católico, segue o script:
-Ordem à parada: retirar cobertura, documentação à mão!
Passa um por um, revista todos e, de tempos em tempos, chama o Brigada, lançando as temidas palavras. Torração. Menos um final de semana livre. Depois, todos partem para o café-da-manhã. Seria um dia normal, tirando o fato do oficial-de-dia ter torrado 80% das pessoas, eu passei livre. Ainda bem.
Quando passa o café, há o hasteamento do Pavilhão Nacional e todos devem estar presente, coisa de militar!!
E, de repente uma corneta grita pelos corredores da AMAN: revista de punidos e guarnição de serviço. Normal, guerreiro, normal!! Só não é normal quando a rotina é quebrada e, a cada hora, essa corneta e tocada.
Resumo: passei pela parada diária, mas fui torrado pelo oficial-de-dia na revista de punidos. Isso não é normal!! Revista de punidos é para punidos!
Mas, COISA DE MILITAR!!
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