quinta-feira, 15 de julho de 2010

O valor que nos é dado em casa.

Quando estamos na AMAN muitas vezes não percebemos o valor que nos é dado pelos familiares. Lá dentro, como muitos dizem, é uma "bolha" onde ao mesmo tempo se está no mundo, mas fora dele. É a famosa frase que alguns brincam ao dizer: "A AMAN prova que se vive sem vida".

O ritmo sem pausas ou descansos e a intensa rotina diária fazem com que uma simples ligação para casa se torne um martírio. Ligar para casa ou estudar? Ligar ou passar a farda para o serviço? E no final da noite a ligação nem mais é lembrada.



E assim os dias vão passando e a casa fica cada dia mais longe. Lógico que o pensamento muitas vezes (principalmente nas aulas) escapa e damos uma passada naquela praia perto de casa, um abraço na mãe, mas quando voltamos já esquecemos isso rapidamente para poder focar nas instruções.

Eis que as férias chegaram e o avião tocou o solo da minha cidade. Quase 5 meses sem voltar à cidade natal. O cheiro da cidade e o barulho que só em casa existe voltaram à rotina e a noite na minha - que na verdade nem é mais minha - cama chega. Acordar e perceber que continuo em casa. Ee coisa boa!

Mas o assunto de hoje não é falar como são as férias, mas explicar o valor dado pelos familiares.

É incrível que, quando chego no aeroporto com os outros cadetes, percebo, nos olhos de cada familiar, aquele brilho e o sorriso largo no rosto. Afagos, carinhos e muita saudade que só com o tempo diminuem. A "tia" (mãe de um amigo) já até manda: -"Filho, seu bobó de camarão já está pronto, assim como a água de côco já comprada. É só chegarmos em casa!".

E comigo não é diferente. Mãe, pai e os outros familiares fazem de tudo para nos deixar ainda mais à vontade e até aquele doce que a mãe só faz em momentos raros ela se propõe a fazer se eu pedir. O carro? Como em casa temos dois, meu irmão fica sem ele e é quase totalmente pra mim, assim como várias outras coisas.

Ainda bem que isso ocorre comigo e com outros colegas. Chegar em casa e perceber como a família tem orgulho e carinho pelas suas conquistas.

Isso tudo faz com que aquele diabinho que nos manda desistir fique cada dia menor e mais fraco. Antes de pensar em ir embora e se largar no mundo de faculdades e outras atividades excelentes eu olho para casa e já imagino a minha família torcendo para que eu conquiste mais um ano na Academia.

2 comentários:

Anônimo disse...

Com certezaa, a familia é o maior motivo pra jamais desistirmos...


By: Mayron

Anônimo disse...

Cara, esse blog é muito bom!