sexta-feira, 25 de junho de 2010

SIEsp - MONTANHA - Dia Três



Dia 03

00:40H – Todos liberados para as medidas pessoais: manutenção do corpo, manutenção do equipamento e tora.

03:30 – Eu e meu canga acordados para entrarmos na hora de serviço. Como havia 65 estagiários em cada barraca o turno durava próximo de 15 minutos, mas a sensação de frio do lado de fora era incrível. Tudo congelava: braço, perna, cabeça e armamento.



05:00H – Aos gritos, conseguiram me acordar e, como já estava de coturno e pronto, foi só saltar do saco de dormir, colocá-lo impermeabilizado no saco V.O e entrar em forma.

05:50 – Igual ao dia anterior: hasteamento do Pavilhão Nacional, café-da-manhã e descolamento para a rota.

06:35H – A rota era para o tracionamento de cordas. Todo o material era dado a um estagiário que comandava outros 12, e a missão era realizar um tracionamento no padrão. O grande vilão era o tempo muito curto para a dificuldade que é tracionar.

A outra parte dessa rota era realizar um lançamento de rappel, que seria vistoriado por um instrutor, e lançar um estagiário com todo o seu equipamento (mochila, armamento, fardo aberto). As gaivotas principais eram de realizar corretamente o nó mola, arremate (boca de lobo) e efetuar a desescalada em menor tempo possível. Foi quase unanimidade que foi uma das técnicas mais interessantes, pois apta o escalador militar a fazer rappel com as técnicas.

11:45H – Turno em forma para o almoço. Materiais foram achados por instrutores nas rotas e, aqueles que a perderam, foram lá tentar resgatar seu equipamento, já que, caso haja perda de material, é obrigação do estagiário repô-lo.

Ração de almoço bastante caprichada: arroz, feijão, purê de batata, carne, salada, suco, fruta, ovo cozido, doce.

12:50H – Todos em forma na área de cerimonial. Pequenos avisos e ordem para deslocamento.

13:05H – Esforço vertical (escalada) em quatro rotas, sendo uma extra, e comando craw. Cada rota mais difícil que a outra, mas todas com 3 tentativas o que era aceitável e possível de ser realizada a tempo. Vale lembrar que a rota 5 era extra e, mais uma vez, contava nota para o menção final.

Estava muito cedo para as atividades acabarem e todos estranharam, mas não sabíamos que ainda faltava a famosa canaleta que era considerada a rota mais difícil e que, no ano anterior, muitos perderam a manicaca, pois não conseguiram superar essa grande dificuldade.

Essa rota era dividida em ascender a pedra com as técnicas de canaleta, descê-la com a mesma técnica, ascender pelo leppar e desescalar com a técnica de rappel de frente. As dificuldades ficaram bastante perceptíveis na escalada por canaleta ainda mais para aqueles que, não confiando nos bizus dos instrutores, optaram por usar coturno extra-leve para colocação do solado de montanha.








Rappel de frente



Também existia outra atividade extra: fusquinha. A pedra parece um fusca e um monitor demonstra a técnica, mas pouquíssimos conseguiram êxito e mais alguns pontos para a menção final.

19:50H – A noite chegava mais uma vez e o frio surgia junto, mas sabíamos que ainda seria necessário permanecer no local para a outra instrução que era no Abrigo Rebouças e não na área da Base do Marcão.
Arriamento do Pavilhão realizado,  ração do jantar servida e doce guardado na mochila.

21:00H – Escalada noturna e desecalada noturna, esse era o nome da rota. Como há contato entre os estagiários, sabíamos que seria bastante difícil. A lua não era cheia e não era autorizada a utilização de iluminação artificial, resultando em um intenso breu.

Todo equipamento pronto e estagiários com os nós prontos no corpo (atadura de peito e assento americano) esperando o início da rota. Odem dada e todos permanecerem em fila indiana de númeração para começar a instrução.

O grande problema, além de todo peso do equipamento, foi sentir-se cego na pedra. Nem um palmo à frente era visto e a corda norteava os militares que, presos a essas cordas, seguiam correndo e utilizando as técnicas. Na hora de desescalar, com rappel de frente, muitos tinham medo de cair em algum buraco ou sofrer danos, mas o melhor a fazer é seguir na técnica e confiar em si próprio.

23:50H – Já na Base do Marcão, foi feita a ceia (chocolate quente, 2 pães, presunto, fruta, doce, biscoito recheado) e ocorreu a liberação para as medidas pessoais, que já havia se tornado habitual: manutenção do corpo, equipamento, recompletamento de cantis e divisão do serviço.

2 comentários:

Anônimo disse...

"O coturno de montanha é muito interessante, pois a sua sola de pneu de avião gruda na pedra e facilita muito, poupando esforços. "

como preparo este coturno?
onde consegguiu os materiais?

agradeço desde já se puder me ajudar

Anônimo disse...
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