sábado, 9 de janeiro de 2010

[CAUSO]Tora é tora em qualquer lugar!

Tudo aconteceu em um acampamento...

A principal função do bivaque (acampamento utilizando "barracas") era a instrução básica de tiro de fuzil, com várias oficinas de montagem e manutenção de armamento, instrução preparatória para o tiro (IPT), tiro a seco (sem carga explosiva) e, enfim, o tiro real.

O dia estava com um calor daqueles que só Campinas tem, seco até o talo e sol de rachar, até que do nada, começou uma chuva violenta parecendo que o dia iria acabar sobre as cabeças dos alunos, mas como a parte em que o atirador ficava era coberta, não havia problemas e tudo foi ocorrendo normalmente com vários alunos recebendo suas intruções.

Até aí tudo normal...

Mas a noite foi chegando e o frio permanecia no local. Alguns foram para o jantar e outros ficaram na linha de tiro à espera de realizar o tiro noturno com munição traçante. A linha de tiro (espaço entre o atirador e o alvo) mais parecia um lago com tanta água que ficara retida no lugar. Parecia que tinha mais água do que o famoso laguinho da prep.

E eis que surgem os últimos atiradores no local. Tudo acontecendo dentro do previsto!

Mas, como sempre existe no Exército Brasileiro, aconteceu a tal (e temida) RETAP: Retificação de Aprendizagem que nada mais é que a recuperação no militares.

E eles foram chamados por seus números para participarem de mais uma seqüência de tiros. Mas nem tudo são flores: seria mais tarde, na madrugada, na famosa hora da tora que os outros teriam. Enquanto os de recuperação RETAP estariam atirando, os menos bisonhos normais ficariam em seus molhados felpudos abrigos para dois homens, enrolados em sacos de dormir e tentando suprir o famoso frio, mas o serviço ocorreria normalmente.

E, de repente, o xerife (aluno responsável) acorda todos os menos bisonhos normais para procurarem um guerreiro, já que o efetivo não batia como o esperado. E todos levantam putos impacientes com a perda de sua tora para procurarem seu amigo. Afinal, militar tem que ajudar os outros, mesmo que puto!

E vai lá todo mundo procurando e o xerife desesperado. Será que ele tinha ido mijar e se perdeu? Ele desertou igual a um louco? Morreu? Tá em outro pelotão? Decidiu dormir na estrada?

E para todas as respostas: Não!

Cadê esse cara??

Eis que alguém muito safo vai procurá-lo na área de instrução de tiro, logicamente com medo de não ser plotado por algum oficial. Mas a ordem foi do próprio oficial. Então tá tudo safo!

Já com as roupas limpas e secas, vêem-se obrigados a meter o coturno até o talo na água do "laguinho do tiro" para verem se o bisonho amigo está por lá. Mas isso é impossível, lógico!! Olham e percebem algo diferente na água, uma "bola". Chutam.

Alguma coisa pula e grita: -Foi sem querer!! Dormi sem querer!! Onde eu to??

Era o tal sumido... torou  na linha de tiro. E depois pra explicar? Ele disse que o tenente mandou todo mundo procurar alguma coisa que haviam perdido (acho que era um cantil) dentro do "lago" e ele, muito  bisonho safo decidiu se molhar de vez e se jogou pra procurar. Mas a água foi ficando quente e, de repente, alguém o acordou.

OBSERVAÇÃO: Esse causo é obra de ficção não verdadeira. Qualquer semelhança com os fatos é mera coincidência.

Um comentário:

Neilor Faria de Moraes disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
eu ri demais!