SIEsp - MONTANHA - Dia Cinco

Dia 05
04:55H –  Ordem: de pé, com saco V.O ao lado do corpo.

05:05H – Todos em pé, com o sco V.O carregado para as viaturas 5Ton. Estágio acabando?

05:10H – Deslocamento habitual de 4km para o Abrigo Rebouças. Seria o último do estágio?



05:50H – Hasteamento do Pavilhão Nacional e café. Ocorreu a apresentação dos militares do 11º de Infantaria de Montanha (11º BI Mth) sobre as técnicas de evacuação de feridos em ambientes de montanha. Foi muito interessante, mas se já era difícil fazer o rappel com feridos, imagina realizar o transporte de feridos em padiolas e pranchas?

06:55H – Começo da marcha de volta. Alguns cadetes mais antigos tinham falado de 21km, outros de 30km e outros de até mais. Mas, a única certeza era andar, andar e andar e como chovera no dia anterior, a marcha prometia ser ainda mais difícil e chata.

11:30H – Todos os pelopes pararam em um local com uma edificação de pedras e, como a refeição seria de “farofão” de novo, tivemos de abrir o saco para almoçarmos. É importante tentar tirar o excesso de areia no coturno e trocar a meia, mesmo tendo a certeza de que, em três passos, molharia de novo, mas isso evita com que o pé esfole e crie bolhas com a sujeira acumulada.

14:35H – A fome bate novamente. Lembro dos doces que havia guardado na mochila, mas não bizonhei tanto e tinha deixado os alimentos na barrigueira que têm dois bolsos. Para minha felicidade, encontrei um dos vários biscoitos que tinha guardado e a fome foi enganada.

A mente começava a encher o saco. Árvores no caminho me lembravam caminhões 5Ton. Ouvia vozes de pessoas e os meus companheiros também viam e ouviam o mesmo que eu. Loucos?

O chato dessa marcha é  conseguir olhar por onde passará daqui a 10 minutos. A rota é  em zigue-zague na montanha e, de uma trilha, observa-se a outra logo abaixo (cerca de 5 metros de altura de uma pra outra).
16:45H – A região molhada só dificultava a marcha e a garoa ia enchendo o saco, mas fazer o que? Isso não acaba? Fome de novo. Doce da mochila de novo.

17:15H – Não acaba?

18:00H – Olhava para os lados e a mesma vegetação. Mesma vista, mesmo caminho. Nada diferente. Que horas isso acaba?

19:45H – Se é bom, não sei, mas acabamos de passar por uma porteira de madeira com os dizeres de “PNI – Parque Nacional do Itatiaia – Trilha de ...” Será que acabaria? Logo mais vejo algums militares mais próximos (estagiários ainda) e não vejo a hora disso acabar.

19:50H – Todos começam a cantar a Canção da Montanha. A sensação é de dever cumprido, as lágrimas não se contém e descem pelo rosto, o corpo arrepia e o sorriso alarga na boca. Sim. A marcha acabara! E o melhor: ração R1 de novo. Era uma sopa muito boa e quente sendo oferecida, o que animava o corpo a terminar o estágio.

20:45H – Embarcados de volta às 5Ton e retornando à AMAN. Acordo com empurrões e percebo que é hora de desembarcar. Estava no parque do curso básico – nunca desejei tanto estar aqui. Entro rapidamente na reserva de armamento e apanho meu fuzil, trocando-o pelo “pau de fogo” utilizado no estágio. Embarco novamente na 5Ton e descemos na seção de tiro.

21:50H – Série de tiros terminada, mas ainda falta a manutenção do armamento para poder torar.